domingo, 18 de maio de 2014

Análise harmónica

Análise harmónica


Vamos dar uma olhada em alguns temas e analisar de onde surgem aqueles acordes “estranhos”.


Primeiro: Assista  o vídeo, porque, como eu vou resumir um assunto relativamente complexo, só com a leitura o assunto pode parecer um tanto ou quanto confuso, mas, no vídeo tentarei explicar todos os tópicos.

Vídeo 1ª Parte https://www.youtube.com/watch?v=gI5bc-PTgTU&feature=youtu.be

Vídeo 2ª Parte https://www.youtube.com/watch?v=beS7RkM-6ec&feature=youtu.be

Vídeo 3ª Parte https://www.youtube.com/watch?v=wDM8Th5WnMM&feature=youtu.be

Segundo: Coisas que vocês têm de saber bem:


1- Campo harmónico: maior, menor natural, harmónica menor e melódica menor.
2- Modos gregos.
3- Dominantes secundários
4- Acordes de empréstimo modal ou intercâmbio modal
5- Acorde diminuto com função dominante
6- Substituição de trítono


Vou fazer uma abordagem superficial destes tópicos e tentar explicar de forma simples e objectiva.  

Os modos

Nada mais são que uma série de sons melódicos pré-definidos. Ao todo são 7, mais 7 variações destes.

Compreendendo

Partimos da escala padrão diatónica (a que se forma pelas notas sem acidentes) dó - ré - mi - fá - sol - lá - si e sobre cada uma destas notas criamos uma nova escala diatónica. Quando fazemos isto, a relação dos tons é alterada, consequentemente todo o campo harmónico também muda. Visto que, ao estabelecer uma nova nota como a inicial, estamos na verdadea estabelecer a tónica da nova escala.
Para ser mais claro, na escala musical temos funções que classificamos como graus. Cada uma das notas corresponde a um grau ou intervalo, de acordo com sua posição em relação a primeira (tónica). Portanto, (nota por nota) sendo os graus: tónica, super-tónica, mediante, sub-dominante, dominante, super-dominante e sensível ( por exemplo: dó - ré - mi - fá - sol - lá - si), o que mudamos no sistema modal é a função de cada uma, criando uma nova relação entre os graus e notas. Tudo isso deve-se unicamente pelo facto de estabelecermos uma nova tónica mantendo os intervalos. Exemplo: Repare que na escala de dó a nota ré tem a distância de um tom, é uma segunda maior. Se eu quiser formar o mesmo intervalo a partir da nota si terei a nota c# como segunda maior, e assim por diante. No modo jónio, por exemplo, o intervalo de terça é sempre maior também, só que em dó esse intervalo é formado pela nota mi, já em si a terça maior é a nota ré#. Ou seja, o que muda são as notas, os intervalos permanecem sempre os mesmos, consuante a escala é claro.

Modo Jónio

Descrição

Da escala diatónico: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si, extraímos a relação intervalar de tons (T) e semitom (st) seguinte: T - T - st - T - T - T - st. Sempre que existir esta relação intervalar, teremos o modo jónio ou escala maior (no caso, de dó).
Dó maior


Cmaj7            Dm7            Em7            Fmaj7            G7            Am7            Bm7(b5)     
1                       2                3                   4                   5                6                   7
Jônio                   Dórico 6               Frígio b2              Lídio #4               Mixolídio b7        Eólio               Lócrio b2, b5
                                                                                       
Dica: Compare os modos menores sempre com o modo eólio e os maiores com o modo jônio. Com isso dá para perceber melhor como funcionam as notas características. Ex: Se compararmos o modo dórico ao modo eólio vamos perceber que a única diferença está na 6ª que no modo dórico é maior e no eólio é menor.
Se compararmos os modos maiores jónio e lídio, veremos que a única diferença está na 4ª que no modo jônio é justa, já no modo lídio é aumentada (#4). Faça o mesmo com os demais modos.
 
O que vamos fazer é transportar isto tudo para dó, ou seja:


Cmaj7--------------- Jónio
Cm7  --------------- Dórico
Cm7  --------------- Frígio
Cmaj7--------------- Lídio
C7-------------------- Mixolídio
Cm7----------------- Eólio
Cm7b7-------------- Lócrio


Analisando o campo harmónico de Dó maio a cima, fica fácil perceber que o segundo grau da escala em questão é um acorde menor de sétima, seu modo é dórico e tem a sexta maior como nota característica.
Logo Dó dórico é um modo menor tem o sexto grau maior e é o segundo grau de alguém.

A título de comparação vou escrever as escalas maiores das quais derivam os modos dórico, frígio, lídio, mixolídio, eólio e lócrio de dó.

Modo dórico

Descrição

O modo dórico forma-se estabelecendo como tónica a segunda nota da escala diatónico, possuindo a seguinte relação intervalar:
- T - st - T - T - T - st - T (onde T = tom e st = semitom).
Partindo da tonalidade de síb temos o dó dórico:
  • dó - ré - míb - fá - sol - lá - síb
maior
O segundo grau de si bemol maior gera o modo de dó dórico


Bbmaj7       Cm7        Dm7         Ebmaj7          F7          Gm7         Am7(b5)     
1                    2              3               4                  5               6              7
Jônio        Dórico      Frígio        Lídio            Mixolídio     Eólio        Lócrio
Dórico é o segundo grau de uma escala maior  


Dó Dórico (tem as mesmas notas e acordes que B maior)


Cm7         Dm7          Ebmaj7       F7         Gm7         Am7(b5)        Bbmaj7  


Modo frígio

Descrição

O modo frígio forma-se estabelecendo como tónica a terceira nota da escala diatónico, pode ser classificado como um modo menor, possui a seguinte configuração intervalar:
T - 2m - 3m - 4J - 5J - 6m - 7m  (onde m = menor e J = a justos)


Partindo da tonalidade de láb temos o dó frígio:
  • dó - réb - míb - fá - sol - láb - sib
maior
O terceiro grau de lá bemol maior gera o modo de dó frígio


Abmaj7      Bbm7       Cm7         Dbmaj7          Eb7        Fm7        Gm7(b5)     
1                2              3                4                   5             6               7
Jônio         Dórico     Frígio         Lídio          Mixolídio     Eólio        Lócrio
Frígio é o terceiro grau de uma escala maior


Dó Frígio (tem as mesmas notas e acordes que A maior)


Cm7         Dbmaj7          Eb7          Fm7        Gm7(b5)     Abmaj7      Bbm7


Modo lídio

Descrição

O modo lídio forma-se estabelecendo como tónica a quarta nota da escala diatónico, podendo ser classificado como um modo maior, possui a seguinte relação intervalar:
- T - T - T - st - T - T - st (onde T = tom e st = semitom).
Partindo da tonalidade G (sol), temos o dó lídio:
  • C - D - E - F# - G - A - B - C
Sol maior
O quarto grau da escala de sol maior gera o modo de dó lídio


Gmaj7          Am7            Bm7        Cmaj7         D7         Em7        F#m7(b5)     
1                  2                3                 4              5             6                7
Jônio           Dórico       Frígio          Lídio      Mixolídio    Eólio         Lócrio
Lídio é o quarto grau de uma escala maior


Dó Lídio (tem as mesmas notas e acordes que G maior)
Cmaj7             D7             Em7           F#m7(b5)        Gmaj7      Am7              Bm7


Modo mixolídio

Descrição

O modo mixolídio forma-se estabelecendo como tônica a quinta nota da escala diatônica, sendo um dos modos maiores, possui a seguinte relação intervalar: - T - T - st - T - T - st - T (onde T = tom e st = semitom).
Partindo da tonalidade de fá temos o dó mixolídio:
  • dó - ré - mi - fá - sol - lá - sib
Fá maior
O quinto grau da escala de fá maior gera o modo de dó mixolídio


Fmaj7            Gm7            Am7            Bbmaj7            C7           Dm7            Em7(b5)     
1                    2                3                   4                      5              6                   7
Jônio              Dórico         Frígio           Lídio             Mixolídio     Eólio            Lócrio
Mixolídio é o quinto grau de uma escala maior


Dó Mixolídio (tem as mesmas notas e acordes que F maior)
C7                Dm7             Em7(b5)         Fmaj7           Gm7          Am7            Bbmaj7


Modo eólio
Descrição
O modo eólio consiste dos mesmos componentes do modo maior, com a sexta nota como sua tónica:
Possui a seguinte constituição intervalar:
T - st - T - T - st - T - T
Partindo da tonalidade de Eb maior, obtemos Dó eólio:
  • C - D - Eb - F - G - Ab - Bb
Mi maior
O sexto grau da escala de mi bemol maior gera o modo de dó eólio


Ebmaj7         Fm7           Gm7            Abmaj7          Bb7           Cm7         Dm7(b5)     
1                   2                3                   4                   5                6                7
Jônio            Dórico        Frígio           Lídio         Mixolídio       Eólio        Lócrio
Eólio é o sexto grau de uma escala maior


Dó Eólio (menor natural, tem as mesmas notas e acordes que E maior)
Cm7         Dm7(b5)      Ebmaj7         Fm7           Gm7            Abmaj7          Bb7   


Modo lócrio

Descrição

O modo lócrio é o único dos sete modos que foi criado teoricamente (para completar o ciclo, sendo que não existia junto aos outros seis modos antigos. Pode ser classificado como um modo menor ou ainda, segundo alguns estudiosos, como um modo meio-diminuto. Forma-se estabelecendo como tónica a sétima nota da escala diatónico, possuindo a seguinte relação intervalar:
- st - T - T - st - T - T - T (onde T = tom e st = semitom).
Partindo da tonalidade de Db, temos o C lócrio:
  • C - Db - Eb - F - Gb - Ab - Bb
maior
O sétimo grau da escala de ré bemol maior gera o modo de dó lócrio


Dbmaj7         Ebm7           Fm7           Gbmaj7          Ab7          Bbm7          Cm7(b5)     
1                     2                3                   4                   5                6                   7
Jônio              Dórico         Frígio           Lídio            Mixolídio     Eólio            Lócrio
Lócrio é o sétimo grau de uma escala maior


Dó Lócrio (tem as mesmas notas e acordes que D maior)
Cm7(b5)       Dbmaj7         Ebm7           Fm7           Gbmaj7          Ab7          Bbm7     


Agora vou colocar todos com a tónica em dó e vou separar os modos maiores dos menores.


Maiores:
Jónio, Lídio, Mixolídio


Menores:
Dórico, frígio, eólio, lócrio


Tabela para análises


Modos maiores:
Em vermelho estão os dominantes secundários


Dó Jónio
Cmaj7           Dm7                Em7              Fmaj7             G7              Am7              Bm7(b5)   
G7                  A7                    B7                C7                  D7              E7                  F#7
Dm7           Em7(b5)           F#m7(b5)       Gm7              Am7         Bm7(b7)         C#m7(b5)

Substituição de trítono


Dó Jónio Sub V7
Cmaj7             Dm7                 Em7              Fmaj7            G7            Am7            Bm7(b5)   
D♭7                E♭7                   F7                 G♭7               A♭7            B♭7                 C7
Dm7/Abm7                      Em7(b5/Bbm7(b5)               F#m7(b5)/Cm7(b5)                 Gm7/Dbm7                     Am7/Ebm7              Bm7(b5)/Fm7(b5)            C#m7(b5)/Gm7(b5)


Acorde diminuto - função dominante 


Dó Jónio acordes diminutos (quase sempre têm função dominante).
Cmaj7           Dm7               Em7              Fmaj7              G7              Am7             Bm7(b5)   
Bº7               C#º7               D#º7               Eº7                F#º7            G#º7               Cº7

Lembrando que o acorde diminuto é um acorde simétrico e repete-se de um tom e meio a um tom e meio, ou seja os acordes: ||Bº7 | Dº7 | Fº7 | Abº7|| contém as mesmas notas portanto, são inversões de um único acorde.
  
Dó Lídio (tem as mesmas notas e acordes que G maior)
Cmaj7             D7             Em7           F#m7(b5)        Gmaj7      Am7              Bm7
G7                   A7               B7                C#7               D7            E7                 F#7
Dm7              Em7          F#m7(b5)     G#m7(b5)       Am7        Bm7(b5)      C#m7(b5)


Dó Mixolídio (tem as mesmas notas e acordes que F maior)
C7                Dm7             Em7(b5)         Fmaj7           Gm7          Am7            Bbmaj7
G7                 A7                   B7                C7                 D7             E7                 F7
Dm7             Em7          F#m7(b5)          Gm7            Am7(b5)    Bm7(b5)       Cm7


Modos menores:


Dó Dórico (tem as mesmas notas e acordes que B maior)
Cm7           Dm7            Ebmaj7          F7            Gm7            Am7(b5)        Bbmaj7   
G7                A7                 Bb7             C7             D7                 E7                F7
Dm7(b5)    Em7(b5)        Fm7           Gm7          Am7(b5)      Bm7(b5)        Cm7


Dó Frígio (tem as mesmas notas e acordes que A maior)
Cm7            Dbmaj7          Eb7          Fm7            Gm7(b5)     Abmaj7         Bbm7
G7                 Ab7               Bb7          C7                 D7               Eb7              F7               
Dm7(b5)      Ebm7            Fm7         Gm7(b5)       Am7(b5)    Bbm7          Cm7(b5)
Dó Eólio (menor natural) (tem as mesmas notas e acordes que E maior)
Cm7            Dm7(b5)    Ebmaj7         Fm7           Gm7            Abmaj7          Bb7          
G7                A7               Bb7             C7              D7                 Eb7              F7               
Dm7(b5)     Em7(b5)      F#m7         Gm7(b5)    Am7(b5)         Bbm7           Cm7          


Dó Lócrio (tem as mesmas notas e acordes que D maior)
Cm7(b5)       Dbmaj7        Ebm7           Fm7           Gbmaj7          Ab7          Bbm7          
G7                  Ab7              Bb7            C7                Db7             Eb7            F7               
Dm7(b5)       Ebm7          Fm7(b5)     Gm7(b5)       Abm7          Bbm7       Cm7(b5)     


Escalas menores:


Menor natural (Eólio)
Cm7            Dm7(b5)   Ebmaj7         Fm7           Gm7            Abmaj7          Bb7          
G7                A7              Bb7              C7              D7               Eb7               F7               
Dm7(b5)     Em7(b5)    Fm7           Gm7(b5)    Am7(b5)         Bbm7           Cm7         


Menor harmónica


Harmônica            Locrio #6         Jônio #5         Dorico #4    Frígio dom.     L ídio #2      Mixolidio #1
Cm(maj7)           Dm7(b5)       EbM7(5#)         Fm7              G7             AbM7             Bº
G7                        A7                  Bb7                C7                D7             Eb7              F#7
Dm7(b5)           Em7(b5)          Fm7              Gm7(b5)         Am7           Bbm7        C#m7(b5)
  


Menor melódica


Melódica                   Dóricob2             Lídio #5              Lidio Dominante    Mixolydio b6          Eólio b5               Alterada
Cm(maj7)           Dm7            EbM7(5#)             Fm7            G7             Am7b5         Bm7(b5)
G7                        A7               Bb7                      C7              D7              E7                 F#7
Dm7(b5)          Em7(b5)         Fm7                   Gm7(b5)     Am7            Bm7b5       C#m7(b5)  


Observação:As alterações e as extensões dos acordes são determinadas pela escala de onde ele é proveniente ex: A escala de dó menor harmónica: C, D, E, F, G, A, B pode gerar um G7(13,9) porque a 13 de G (sol) é a nota E (mi) mas, nesta escala eu tenho E (mi bemol) portanto 13. A nota A (lá) é a nona de G (sol) mas, nesta escala eu tenho A (lá bemol) ou seja 9.


Resumindo:
Um tema em dó maior ou menor pode emprestar, fazer intercâmbio de acordes de todas as escalas e modos acima citados.
Para alem daqueles acordes que não tem uma explicação lógica, que não exerce uma função harmónica, está ali apenas pelo colorido e porque o compositor quis.
Basicamente a tabela serve para vocês compararem e entenderem de onde vêm esses acordes e qual escala, qual modo aplicar num improviso por exemplo. Ou ainda que tipo de extensões adicionar ao acorde, saber se a nona é aumentada ou bemol, se a décima terceira é bemol ou não, etc.

É muito mais comum surgirem músicas com intercâmbio ou empréstimo de modos menores para maiores e vice-versa, do que de modos maiores para maiores mas, também pode acontecer.

Como sugestão do Sid Pereira vamos analisar o tema samurai (Djavan)



Peguei as cifras do cifra clube por ser um local onde muitos vão buscar cifras de músicas.
Porem, é bom tomar cuidado porque verifico que tem muita nomenclatura errada, muitos erros de cifragem também, bemol quando sustenido, cifras do tipo C7+ para indicar dó com sétima maior mas, está errado este acorde C7+ não existe. Se aprender errado fica mais difícil de corrigir. Fica a dica.


O tema original creio que está no tom de Mi maior mas transportei para Dó maior para vocês fazerem uso da tabela de acordes acima.


Samurai

Djavan

Tom: C

Intro 2x: C7M  Ebº Em7 A7(9) C7M Ebº Em7 G7(13) G5(7/9)
         C7M  Ebº Em7 A7(9) C7M Ebº Em7 G7(9)

Primeira parte:


C7M    Ebº  Em7            A7(9)
   Ai...       quanto querer
C7M              Ebº   Em7 G7(9)
   Cabe em meu cora__ção
C7M    Ebº  Em7            A7(9)
   Ai...       me faz sofrer
C7M             Ebº             Em7 G7(13) G5(7/9)
   Faz que me mata e se não mata  fere

( C7M  Ebº Em7 A7(9) C7M Ebº Em7 G7(13) G5(7/9) )

C7M      Ebº  Em7           A7(9)
   Vai...       sem me dizer
C7M          Ebº    Em7  G7(9)
   Na casa da paixão
C7M     Ebº Em7               A7(9)
   Sai...       quando bem quer
C7M            Ebº         Em7     G7(13) G5(7/9)
   Traz uma praga e me afaga a pele

( C7M  Ebº Em7 A7(9) C7M Ebº Em7 A7(13) G7(13) )

Segunda parte:
C7M         Ebº       Em7           A7(9)
   Crescer     luar      pra iluminar


    F7M   Eb7M     Dm7     G7(9) (passagem)
As trevas fundas  da    paixão
C7M      Ebº       Em7             A7(9)
   Eu quis lutar      contra o poder    do amor
F7M                        F#m7(b5)
     Caí nos pés do vencedor
                 B7(b9)       C7M  Ebº
Para ser um serviçal de um samurai
Em7            A7(9)
    Mas eu tô tão feliz
C7M             Ebº   Em7 A7(13) G7(13)
 Dizem que o amor atrai

(Repete tudo)

C7M  Ebº  Em7  A7(9) C7M  Ebº  Em7  G7(13) G5(7/9)
C7M  Ebº Em7 A7(9) C Ebº E5(7/9/11)



Análise do tema:

O acode de Ebº faz a função de dominante substituindo o B7 que seria o dominante secundário de Em7 que é um acorde diatónico de dó. O A7(9) Também é um dominante secundário que prepara o Dm7 só que não resolve. Essa sequência repete-se ao longo do tema.  

Veja no modo Jónio que estes acordes aparecem como dominantes secundários, mesmo que ele não resolva, ou que resolva em outro acorde foi daí que ele veio. Quando resolve em outro acorde chamamos de resolução deceptiva.



O Eb7M é um intercâmbio do modo menor. Cabe a você analisar quais ou qual modos pode aplicar aqui e qual se encaixa melhor, muitas vezes a melodia contém notas que indicam a escala. Mas, creio que neste caso fica bem dó menor natural/eólio.


Os acordes F#m7(b5)  B7(b9)  estão fazendo a cadência ii V I para Em7 que é grau diatónico de dó, porem novamente não resolve. (dominante secundário).


O acorde A7(13) poderia ser um dominante secundário do modo lídio de dó que resolveria em D7 que por sua vez poderia resolver em sol. Isso porque a extensão 13 de A7(13) é a nota fá# logo não é um dominante secundário de dó Jônio pois neste caso teria que ser  A7(b13) fá natural e não fá#. (geralmente quando o dominante secundário prepara um acorde menor a 13 é bemol).


Os acordes do tipo G7(13) G5(7/9) são todas extensões disponíveis da escala diatónico de dó portanto, pertencem a dó maior.

E5(7/9/11) este acorde surge numa progressão no final não sei bem a lógica deste acorde porque na verdade ele é um Bm7/E mas, eu não conheço o tema estou analisando a harmonia que está no cifra clube, não sei se o original do Djavan é assim.


No caso de você querer improvisar sobre esse acordes emprestados você poderia usar as seguintes escalas para:


Ebº Eb super lócrio (mi menor harmónica).  Notas da escala: E, F#, G, A, B, C, D#


A7(9) Míxolídio b6 (ré menor melódica). Isso porque a nona do A7 é a nota Si que não aparece nem no modo menor natural nem no menor harmónico, mas, no melódico sim. Lembre-se é um acorde dominante que prepararia um acorde menor. Notas da escala de D menor melódica: D, E, F, G, A, B, C#   


Eb7M A escala de dó menor eólio ou Eb Jônio. Notas da escala: C, D, Eb, F, G, Ab, Bb


F#m7(b5)  B7(b9) E menor harmônica notas da escala: E, F#, G, A, B, C, D#


A7(13) Lá mixolídio (ré maior) notas da escala: A, B, C#, D, E, F#, G


É claro que quando sugiro uma escala não quer dizer que é a única hipótese e nem que tens de tocar a escala toda, as vezes é tão rápido que não da tempo para muito.
Mas, você sabendo uma escala que se encaixe bem, pode seleccionar notas, ou arpejos que soem bem e aplica-los. Exemplo Para o B7(b9) o arpejo de Eb diminuto, está na escala de E menor harmónica e soa bem.  


O tom original é mi maior mas para poder fazer uso da tabela acima das escalas e dos modos, transportei o tema para a tonalidade de dó.


É claro que na prática você não vai poder ficar fazendo tabelas para todas as 12 tonalidades e nem terá tempo muitas vezes para isso.
Tem que ser uma coisa automática e rápida em qualquer tonalidade.
Mas, isso leva tempo para desenvolver e a tabela ajuda a compressão no começo.    GREEN-DOLPHIN-STREET analisada.png


Lady-Bird analisada.png



      
   wave chords analisada.png


D maior harmônica
Notas: D - E - F# - G - A - bB - C#


D menor harmônica
Notas: D - E - F - G - A - bB - C#


G menor melódica
Notas: G - A - bB - C - D - E - F#


F# super lócria
Notas: F# - G - A - bB - C - D - E


B frígio dominante
Notas: B - C - D# - E - F# - G - A


Qualquer escala que queiras ver ou aprender pode o fazer neste site:



Acredito que para melhor compreensão é melhor ver o vídeo e vice e versa.

5 comentários:

Jonas Nascimento disse...


Cara muito bom, assisti as três partes sobre o assunto e algo que estava estudando a alguns meses e não conseguia ficar tão claro na minha mente hoje consegui enfim entender não só os modos gregos. Obrigado mesmo, porque é um material de qualidade, além de ser grátis, sua explicada de maneira clara, pausadamente, então, parabéns pelo vídeos e atitude de ensinar esse assunto que não é tão simples!!

Rodrigo Karvat disse...

Obrigado Jonas, fico contente por ter ajudado. Abraço

Unknown disse...

Valeu, cara! Assisti aos vídeos também.
Escrevi.
Preciso aprender tais "padrões"...
Deus abençoe. falou.

Rodrigo Karvat disse...

Roberto, esse é o espirito! Obrigado pelo comentário e sucesso nos estudos. Abraço!

Anônimo disse...

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